- É, Janet, você não é mais a mesma ... acho que está desmotivada. Não sei o motivo, eu te pago direitinho, a quantia certa. E você sabe que às vezes eu nem tenho esse dinheiro, né? E vejo você aí, desanimada. O que está acontecendo com você?
- Nada não, seu Zé. Mas é que não ta dando o tempo de fazer tudo que o senhor quer. Lavar, passar, cozinhar, limpar esse casarão, buscar as crianças no colégio, cuidar da dona Marta, dar banho no cachorro, pagar as contas.... é muita coisa para pouco tempo....
Essa conversa não sai da minha cabeça... o dia todo....ê cara de pau do seu Zé... me contratou para ser cozinheira e depois me vem com esses serviços todos. Me fala que ta me pagando direitinho, dando décimo terceiro, deixando eu comer no trabalho e ainda paga a meu ônibus.... ou ele é um santo em fazer tanta “bondade” assim ou o meu pai desconhecido.
Combinou que eu podia ir embora quando acabasse o serviço e agora to ficando até a noitão lá... daqui a pouco vai querer que eu cate o pinico para ele a dona Dora mijar também na madrugada.
E para ajudar é só chegar em casa e o bosta do Fabinho, meu cunhado, tá babando no sofá com a TV ligada em futebol ... o fedô de xulé enfestô a casa. É todo dia assim... dou um tapa na cabeça dele para acordar, a única coisa que ele faz é encolher a perna para eu passar para o meu calabouço, a cozinha.
E pede para ele fazer alguma coisa para ver, minha irmã fala que a casa é presente de Deus para as mulheres, que é para eu imaginar as pessoas da rua que queriam ter uma casa para limpar e blá, blá e blá.
O negócio é fazer a janta, dar banho nos sobrinhos, ver novela e dormir....rezar e pedir motivação para amanhã fazer tudo de novo. Será que um dia ela chega?
- Nada não, seu Zé. Mas é que não ta dando o tempo de fazer tudo que o senhor quer. Lavar, passar, cozinhar, limpar esse casarão, buscar as crianças no colégio, cuidar da dona Marta, dar banho no cachorro, pagar as contas.... é muita coisa para pouco tempo....
Essa conversa não sai da minha cabeça... o dia todo....ê cara de pau do seu Zé... me contratou para ser cozinheira e depois me vem com esses serviços todos. Me fala que ta me pagando direitinho, dando décimo terceiro, deixando eu comer no trabalho e ainda paga a meu ônibus.... ou ele é um santo em fazer tanta “bondade” assim ou o meu pai desconhecido.
Combinou que eu podia ir embora quando acabasse o serviço e agora to ficando até a noitão lá... daqui a pouco vai querer que eu cate o pinico para ele a dona Dora mijar também na madrugada.
E para ajudar é só chegar em casa e o bosta do Fabinho, meu cunhado, tá babando no sofá com a TV ligada em futebol ... o fedô de xulé enfestô a casa. É todo dia assim... dou um tapa na cabeça dele para acordar, a única coisa que ele faz é encolher a perna para eu passar para o meu calabouço, a cozinha.
E pede para ele fazer alguma coisa para ver, minha irmã fala que a casa é presente de Deus para as mulheres, que é para eu imaginar as pessoas da rua que queriam ter uma casa para limpar e blá, blá e blá.
O negócio é fazer a janta, dar banho nos sobrinhos, ver novela e dormir....rezar e pedir motivação para amanhã fazer tudo de novo. Será que um dia ela chega?
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