
Era uma vez uma pequena ostra, que no tão grande oceano era apenas mais uma. Como não podia andar, ela observava tudo ao seu redor. Sempre que brincavam, os peixinhos trombavam nela. E as velozes lagostas corriam sem ao menos lhe notar. E assim ela vivia.
Quando os tubarões apareciam, era uma correria só, as fendas das pedras ficavam lotadas. Todos com os olhos bem arregalados e silenciosos, para que não se tornassem a refeição do dia. Mas, para a ostrinha era muito fácil se esconder, e isso ela fazia quase o tempo todo. Uma suspeita de perigo e "clap". Ela se fechava, deixando tudo no lado de fora.
Sua vida até que era bem fácil, todas as novidades do oceano acabavam chegando até ela, já que o tempo todo passava, cardumes comentando o acontecido. Às vezes , as enormes baleias, exageradas no tamanho e no barulho, faziam dos acontecimentos do dia temas para seus musicais, que eram apresentados com piruetas e lindas canções enquanto migravam de um canto ao outro. Vivenciar, ela não vivenciava, mas acabava sonhando com as realidades alheias. E quem sabe, se alguma coisa acontecesse com ela, poderia ser também um tema para o espetáculo das baleias.
Mas, essa vida já estava lhe cansando. Queria saber qual a sua finalidade. Quando a correnteza mudou de curso aproveitou para perguntar a Dona Mary Ostra, que sempre estava lá naquela época, por que as ostras existiam.
- Dona Mary Ostra, parta quê a gente serve? Perguntou a curiosa ostrinha
- Sabe, minha filha, nós podemos transformar as coisas ruins em boas. Explicou a veterana.
- Mas como isso acontece? Eu nunca fiz isso, acho que é coisa das outras ostras de sua região.
- Não é não, Pearl. Pelo que sei, você nunca está aberta. Sempre medrosa, se fecha todas as horas e nem deixa sequer um grão de areia entrar aí. - Expôs a ostra maior.
- Claro que sou assim! Como é que as outras ostras são?
Enquanto ainda pensava em indagar mais uma vez a Mary Ostra, a pequena ostra viu algo lindo no interior de sua conselheira. Uma bola, branca, com tons cintilantes que iluminavam todo o mar. Nunca tinha visto uma dessas em toda sua breve vida.
- Dona Mary Ostra, como as outras ostras são? - Indagou novamente a pequenina
Mary Ostra não ouviu, porque a correnteza foi tão forte que levou Pearl para um lado oposto do oceano.
A pequena Pearl, não conseguia esquecer aquela bola tão linda, que viu em Mary Ostra. Não parava de pensar em ter uma. O que mais queria agora era encontrar sua amiga e descobrir o excitante segredo de sua espécie.
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