
Hoje aconteceu um imprevisto e por isso tive que trazer minha sobrinha comigo aqui para a casa do seu Zé. Desde lá de casa, já passei um sermão nela, disse para se comportar porque sobrinha minha não pode ser sem educação - ainda mais porque é o meu llugar de trabalho - e que se ela me obedecesse eu pagaria um sorvete. Lembrei que a Letícia, filha do seu Zé e que tem a mesma idade que ela, tava aqui, se a menina quisesse elas poderiam brincar. Claro que com todo o cuidado do mundo para não estragar nenhum brinquedo da filha do patrão.
Agora elas estão brincando lá fora, enquanto lavo a louça, consigo ver as garotas pela janela, que fica em frente a pia. Elas estão se dando muito bem... nem parece que são tão diferentes.
Enquanto uma estuda balé, a outra aprende a dançar no quintal as músicas mais tocadas no rádio.
Enquanto uma fala inglês, a outra diz que tem essa matéria na escola, mas não sabe falar nenhuma palavra, a não ser o tal de “Raí”.
A festa de aniversário da mais rica tem tudo, desde algodão doce, palhaço, enfeite, pula-pula. E na da outra as estrelas da festa são o bolo e as bexigas.
O lanche da Letícia tem bolacha, fruta, salgadinho, suco de caixinha e mais um par de coisas, já a minha sobrinha se contenta com a sopa aguada da escolinha.
O brinquedo de uma é o meu salário, o da outra aquilo que a imaginação dela conseguir inventar.
Mas, com tantas diferenças elas ainda falam a mesma língua, a das crianças. Quem sabe até quando isso vai durar? Espero que até o fim do dia, para poder fazer meu trabalho em paz.
O último parágrafo não podia ser mais realista...
ResponderExcluirRsrsrrss texto jóia mesmo. Crítico, saboroso e criativo. Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirUma sugestão: mude o template para que aquilo que tá lá embaixo venha para o lado, rsrsrs
haaaaaaaa(bocejo)rrssr nossa muito legal uhahuahu
ResponderExcluirnany, muito legal seu texto :)))
ResponderExcluire, à propósito, a dica do livro está aparecendo agora!!!