
Ele vinha de longe...a luz forte do sol do meio-dia não me deixava ver o seu rosto, .mas sabia que era ele. Tá bom... era para vir montado em um cavalo branco, mas pelo que estava percebendo, o seu veículo não passava de uma bicicleta do tipo barra forte.
Quando foi se aproximando pude ver seu rosto, um sorriso lindo, um olhar apaixonado, porém, uma expressão sofrida. Gotas de suor escorriam pela face, desenhando na face morena um caminho, até que chegou no queixo e sumiu.
Mesmo sem conhecer, nunca ter visto na vida, sabia que era ele. Esperava que dissesse coisas belas aos meus ouvidos, cantasse uma música para mim e me falasse que era a mulher mais linda do mundo. Já podia ouvir sua voz, só de pensar já estava rubra de vergonha e com o coração a mil de paixão.
Ele chegou, olhou e disse:
- Dona, sabe onde é a casa do Seu Zé?
- Sei, sim senhor. Sou a empregada dele. Mas ele não está não. Quer que eu chame a patroa?
- Ah pode chamar sim, fala que o Ronildo tá aqui para fazer os serviços de pedreiro.
-Péra só um pouco que vou avisar, respondi.
- Brigada, Dona.
Meu Deus! É ele mesmo. Minha mãe disse que quando eu visse um rapaz e ficasse com as pernas moles e com um enjôo desgraçado, era porque ia ser o amor da minha vida. Ele é até que é bonito...
Mesmo com a cabeça lá fora, repensando no que aconteceu, chamo a patroa:
- Dona Dora, tem um rapaz lá fora falando que é o pedreiro que Seu Zé contratou. É um tal de Ronildo. Pode deixar entrar?
- Claro, e dá um café para ele também, Janet.
Dei o recado para o Ronildo. E foi assim que eu conheci ele.
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