quarta-feira, 9 de junho de 2010

O que não mata engorda


Ele voltou... carregou tijolos, misturou o cal com o cimento, almoçou e fez os consertos das instalações elétricas. Mas as únicas palavras que ouvia de sua boca eram “Bom dia”, “Boa tarde”, “é” e “sim”. Onde estava o meu poeta, destilando doces frases aos meus ouvidos?Cadê o músico, que dedilhava um violão em minha homenagem? O galã que me pegaria em seus braços e daria um beijo de cinema, não aparecia...


E assim, depois de alguns dias de convivência, ele se foi. Sem palavras doces, músicas, poesias e muito menos beijos. Mas como pode? Tinha tanta certeza que era o homem de minha vida! Agora era o momento de ver o meu príncipe ir embora, montado em sua barra forte, para sempre. Não voltaria mais no dia seguinte. Eu não agüentei! Vivi aquele momento de perda, que uns chamam de luto.... Tá bom! Foi curto, mas teve. Até a patroa notou que eu tinha ficado mais quieta.


O pior é que tinha sede por música de fossa! Não importa em que ritmo era, até inglês tava valendo, mesmo sem entender o que a música falava. Eu ficava triste por perder o meu grande amor, que não me deu beijos, nem abraços, nem disse que me ama ...mas era para dizer! Já tinha imaginando a gente se casando, a carinha dos nossos filhos e a até planejava o dia em que íamos arrumar a nossa casa!


Mas como diz a minha mãe, “O que não mata engorda”, acho que vale para isso. Além de inchar de tanto comer chocolate, fiquei mais forte, agora vou esperar mais de 10 minutos para construir uma vida com um homem, mesmo que nos pensamentos.

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